Palavras de Autor...

Existem muitas coisas que eu poderia estar acrescentando,

pois este livro demorou tanto tempo que não

poderia classifi car como um parto e sim como uma

ressurreição, pois parte de mim estava perdida na desilusão,

então sem mais classifi co e apresento a mim

mesmo através de um antigo perfi l de Orkut, no qual

sem o menor receio me exibo despido de tudo que

escuda o ser, mas que de tanto sofrer, conseguiu mais

e mais se esconder em profundo íntimo infl amado,

que mais do que acrescentar retirou de mim o que eu

tinha de inocente em sentir, mas o texto é atual, que

mais do que adicionar, confirmam o que eu queria

dizer e tentar ser.

“Aprendi com o tempo a ser forte, não como eu

seria normalmente, mas como a vida precisou que

fosse para ajudar meu semelhante, e não que isso seja

em todo uma vitória, apenas é uma forma de vivenciar

os eventos que para muitos seriam o fi m como

um recomeço ou como uma lição, pois só aquele que

perde tudo um dia pode deixar de querer ter mais do

que precisa ou podia ter, pois na lei da ação e reação,

mais do que na lei da atração, o que vem é nem mais

nem menos do que tem que vir, e você agüenta nem

mais nem menos do que as dores poderiam lhe infringir,

pois desenvolvemos anticorpos a cada queda,

e a cada tombo, sendo sempre aqueles que se levantam

mais rápido, amando a quem lhe ensinou na função

de algoz, porque afi nal de contas, o antagonismo nos

dá conhecimento para livrar-nos de todas as nossas

falhas, através do exemplo a seguir e da observação

de tudo que não devemos fazer, em nós e nos outros.

Sinto pena daquele que cruza o caminho de alguém

com ódio no coração, e se vinga por coisas que ele

nem sabe se foram reais, pois às vezes o destino é que

nos traz o mal, que retorna de nossas ações passadas,

mas saber que isso não é regra é que é a arte, pois

não precisamos engolir lixo de ninguém, nem as más

vibrações também, e sendo livres pra fazer da nossa

vida o que quisermos, cabe a cada um ser o melhor

ser humano que tiver a chance de se tornar, ainda

que dure uma vida, e a vida é só um grão a mais de

areia na ampulheta, que tem o fl uxo interminável da

eternidade, mas que se fi nda para aqueles que vivem

em função da matéria, e na matéria estacionam, ou

ainda daqueles escravos da possessão individual, ou

da imprudência vivencial, de cada um e a cada um

submetida, portanto ser e ter são coisas que diferem,

mas que levam ao auto conhecimento, e que em todos

os sentidos nos dizem muito sobre a personalidade

de quem é observado, pois algumas pessoas tem o

privilégio de ser melhor do que as coisas e outros só

tem as coisas para justificar sua existência, e este tipo

de Pobre de espírito não se recolhe a sua insignificância,

ele costuma arrastar outros com ele à descrença

de algo superior ao seu mundinho de coisas e causas,

para que não se sinta sozinho, embora a vida pregue

a peça da solidão a todos, nem todos sentem que estão

acompanhados com Deus no coração, sendo ele

universal, meu Pai Olorum, olhai por nós que não

sabemos nos redimir sem sua ajuda, pois saímos de

nosso caminho sempre sem nos dar conta, e voltamos

sempre pela dor, mas somos reconduzidos pela

sua tolerância. No mais, sou pai de uma menina linda

que nem sempre está sendo amparada como eu queria,

mas com certeza, como eu posso, e como minha

capacidade manda, e eu espero que um dia ela seja

uma mulher linda que saiba o quanto eu a amo, e o

quanto a vida torna complicado o que na verdade é

simples, mas nós insistimos em recomplicar. Às vezes

sou bem fraco, mas não costumo me deixar abater,

pois sei que se eu abaixar a guarda, o universo vai

me mostrar onde está meu ponto fraco, ou seja, meu

ponto de desequilíbrio, e isto, todos nós temos, mas

cruzar esta linha é a diferença real de tudo que temos

e de tudo que nunca alcançaremos, pois ser alguém

que se conhece e se aprimora é o objetivo fi nal de estarmos

aqui, e o resto é conversa fi ada, e a responsabilidade

principal agora é a de seguir em frente lutando

contra os dragões que surgirem em meu caminho, e

derrotando um a um deles não, importando as provas

que aparecem, mas mostrando-me digno delas, não

esperando que a vida traga o melaço, mas escalando

a árvore para pegar o mel, e não importando se

estiver só, mas sentindo-me acompanhado de tudo

que alguém possa enviar de bom, pois se muitos antagonismos

nos paralisam, mais amor nos impulsiona,

e se alguém um dia lhe oferecer fl ores, como numa

propaganda de um velho desodorante, saiba que é

porque você mereceu, e se um dia a vida lhe der o tal

limão, não faça uma limonada só, mas faça logo uma

limonada suíça, e bata tudo de uma vez mesmo, pois

aí você elimina de cara o limão como um todo, e digo

mais, se a vida lhe trouxer um mestre, aprenda, reflita

e pratique.”

Nelson S. Junior

Tentação da Mariposa

Tentação da Mariposa
Tentação da luz Vôo sem direção Calor Vento Atração da luz Vôo sem direção Calor Vento Revelação da luz Vôo sem direção Calor Vento Chamas Asas queimadas no chão. 04/08/90 Do livro “O Poeta Sobrevivente da Máquina do Tempo” de Nelson Junior

Sem?

Sem?
Não sei mais por quê? Por que entender? Vivendo sem perceber por alguém Que não sente? Sente? Várias são as formas de amar De perto às vezes se torna demasiadamente longe Longe porém, aproxima a mente Mas as barreiras fazem pensar Ninguém vai descobrir! Foi só a sua conquista Onde sonhos te guiam Ações se escondem Escondem sem te esconder de você mesmo Mais que isso Mas, nunca vão perceber! Nunca? Tudo te afasta de... Mistério que ninguém vê E ações se escondem Longe porém, vai a mente Por que entender? Amando sem perceber... 04/08/90

Paralelas

Paralelas
Flertei com alguém, Não importa! Não me viu... Acho. Virei as costas, fui embora Sonhei Fantasias de algo que não aconteceu Corpos que se cruzam na lei da inércia Incrível o que se faz num segundo Só o tempo de um olhar Visão direta e consciente Mas não me fez parar Como relógio segui... tic Antes tivesse parado... tac Jamais vou descobrir... 04/08/90

Por Partes

Por Partes
Na solidão vejo um rosto Me sinto vazio Um vazio que me preenche, Só por falta de outra metade Quebra-cabeça sem peças Espinho fere a vontade Cólera escurece a mente Resposta oculta no entalhe Pedra esculpida na sombra Que me persegue entre os homens Mulher de corpo e mente Com tranqüilidade na face Saudades de outra das partes Sem ter conhecido o amor Barreira dentro da verdade Que explica a razão dos sentidos Despertando o desejo impelido Forçado a fi car entalado Na entrada da garganta Impedindo o desabafo Quando atiçada tensão Nos atira para o espaço Exilando-nos de tudo Diferenciando os dois lados Entrelaçando no ventre O pedido pra ser gerado Musa de força entre anseios Confortai quem te é amado Se não ama só responde Finge talvez um orgasmo Pra poder em minha mente Prender você do meu lado. 26/08/90, do Livro "O Poeta Sobrevivente da Máquina do Tempo"

Nação de Tempestade

Nação de Tempestade
Barco que segue sem rumo Realmente ao relento Aumentam as ondas e ventos Zero grau de frio intenso Imenso Logo a tempestade passará O que me importará Balanço do mar e o barco a navegar Alguma coisa vai mudar Realmente é preciso ter cuidado ao velejar Com atenção numa ilha ancorar Onde haja tempo pra pensar Fincou-se em rochedos na calmaria Uma ilusão dessa poesia Retirou a esperança O que mudou voltou Uma lembrança. 26/08/90 Do Livro "O Poeta Sobrevivente da Máquina do Tempo" de Nelson S. Junior